quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sai Baba e o Sentido da Morte



  • Tudo que nasce tem que morrer. Mas você pode escapar da morte não nascendo novamente. Quando você compreende que é o Atma (centelha da divindade) ilimitado, você não está mais sujeito à limitação do nascimento. Este é o segredo. Como este conhecimento é adquirido? Ele é o resultado de um longo processo de refinamento e  purificação das emoções e dos impulsos. Você pode fazer a mais rigorosa repetição do Nome de Deus, ou se submeter à provação das austeridades, mas, se você não for virtuoso, tudo isso é um puro desperdício. 
  • Assim como uma gota de água numa folha de lótus desaparece num abrir e fechar de olhos, nós deveríamos saber que nossa vida é transitória e desaparecerá num abrir e fechar de olhos. O mundo está cheio de dor, o corpo humano está cheio de doença e nossa vida está cheia de pensamentos turbulentos. Sob estas circunstâncias, é possível viver de uma maneira serena somente seguindo o caminho Divino e superando todos os nossos apegos mundanos. 
  • A vida humana é uma viagem do "Eu" ao "Nós". Esta viagem é sutil e a meta é muito próxima, mas o homem leva muitos nascimentos para alcançar o destino. Assim como você muda sua roupa, você também tem que mudar seu corpo, um dia ou outro. Esta é a razão de se dizer que "a morte é a vestimenta da vida". Aquilo que é responsável pelo nascimento é responsável, também, pela morte. Este corpo é como uma nuvem passageira. Enquanto houver vida no corpo, use-a no serviço aos outros. Empenhe-se no serviço até a última respiração. O serviço ao homem é serviço a Deus. Tenha controle sobre seus sentidos; sem esta disciplina, todo seu serviço será inútil. 
  • Aqueles que têm o desejo interior por atingir a sabedoria mais elevada, que confere libertação, devem, portanto, refletir e investigar o fenômeno da morte. A morte não deve despertar medo. Não deve ser considerada como mau agouro. Você não deve fugir do problema, imaginando que a morte só acontece aos outros e que não acontecerá a você. Você também não deveria adiar a reflexão sobre a morte, julgando que tal reflexão é inadequada agora, e inútil. Pois, a investigação sobre a morte é realmente a investigação sobre sua própria Realidade. Essa verdade deve ser reconhecida. 
  • O que significa nascimento e morte? Assumir um corpo é nascimento e abandonar o mesmo é morte. É por causa da ilusão que o homem experimenta as dualidades de nascimento e morte. Quando inalamos com o som ‘So’, o princípio vital entra em nosso corpo e, quando exalamos ‘Ham’, ele sai. A cada momento, esse processo de inalação e exalação nos lembra nossa Divindade inerente: ‘So-Ham’ (Eu sou Deus). Enquanto houver o princípio vital, o corpo é considerado auspicioso; quando o princípio vital for interrompido, o corpo torna-se um cadáver. O nascimento e a morte estão – ambos - relacionados ao corpo, e não ao princípio vital. O homem experimenta o nascimento e a morte por causa do seu apego ao corpo. Ele será libertado do ciclo de nascimento e morte somente quando abandonar o apego ao corpo e se entregar completamente à Vontade de Deus. 
  • A contemplação da morte é o próprio fundamento da disciplina espiritual. Sem isso, você está fadado a cair na falsidade, perseguindo objetos de prazer dos sentidos e tentando acumular riquezas mundanas. A morte não é uma calamidade ameaçadora. É um passo para o brilho auspicioso além. É inevitável, não pode ser subornada ou suspensa por certificados de boa conduta ou depoimentos dos grandes. Uma vez que se nasce, a morte é inevitável. Você deve executar ações que não produzam más consequências. Envolva-se, todos os dias, em todas as atividades como uma oferenda a Deus. Então você não precisa nascer indefinidamente e pode escapar da morte. Essa investigação é a essência do caminho espiritual e irá ajudá-lo a alcançar a imortalidade. 
  • O corpo está sujeito à destruição, cedo ou tarde. Todo mundo está consciente disso. No entanto, todos ficam apreensivos com a morte; ninguém anseia enfrentar o último momento. Tudo o que nasce tem que morrer um dia - a morte é inevitável e incontornável! Para desvendar o código para essa experiência paradoxal, pergunte assim: O que é que se encontra com a morte? O que se vai e o que permanece? A resposta: é o corpo que expira e perece. O que não perece é o Atma. Você se ilude em pensar que é o Atma ou "você" que morre; isto é incorreto. O Atma (Eu Superior) não tem nada a ver com morte ou nascimento. Ele é eterno, verdadeiro e puro. Perceba e lembre-se que você é o Atma eterno, verdadeiro e puro - você não é o corpo.