Sai Baba e o Sentido da Morte
- Tudo que nasce tem que morrer. Mas você pode escapar da
morte não nascendo novamente. Quando você compreende que é o Atma (centelha da
divindade) ilimitado, você não está mais sujeito à limitação do nascimento.
Este é o segredo. Como este conhecimento é adquirido? Ele é o resultado de um
longo processo de refinamento e
purificação das emoções e dos impulsos. Você pode fazer a mais rigorosa
repetição do Nome de Deus, ou se submeter à provação das austeridades, mas, se
você não for virtuoso, tudo isso é um puro desperdício.
- Assim como uma gota de água numa folha de lótus
desaparece num abrir e fechar de olhos, nós deveríamos saber que nossa vida é
transitória e desaparecerá num abrir e fechar de olhos. O mundo está cheio de
dor, o corpo humano está cheio de doença e nossa vida está cheia de pensamentos
turbulentos. Sob estas circunstâncias, é possível viver de uma maneira serena
somente seguindo o caminho Divino e superando todos os nossos apegos mundanos.
- A vida humana é uma viagem do "Eu" ao
"Nós". Esta viagem é sutil e a meta é muito próxima, mas o homem leva
muitos nascimentos para alcançar o destino. Assim como você muda sua roupa,
você também tem que mudar seu corpo, um dia ou outro. Esta é a razão de se
dizer que "a morte é a vestimenta da vida". Aquilo que é responsável
pelo nascimento é responsável, também, pela morte. Este corpo é como uma nuvem
passageira. Enquanto houver vida no corpo, use-a no serviço aos outros.
Empenhe-se no serviço até a última respiração. O serviço ao homem é serviço a
Deus. Tenha controle sobre seus sentidos; sem esta disciplina, todo seu serviço
será inútil.
- Aqueles que têm o desejo interior por atingir a sabedoria
mais elevada, que confere libertação, devem, portanto, refletir e investigar o
fenômeno da morte. A morte não deve despertar medo. Não deve ser considerada
como mau agouro. Você não deve fugir do problema, imaginando que a morte só
acontece aos outros e que não acontecerá a você. Você também não deveria adiar
a reflexão sobre a morte, julgando que tal reflexão é inadequada agora, e
inútil. Pois, a investigação sobre a morte é realmente a investigação sobre sua
própria Realidade. Essa verdade deve ser reconhecida.
- O que significa nascimento e morte? Assumir um corpo é
nascimento e abandonar o mesmo é morte. É por causa da ilusão que o homem
experimenta as dualidades de nascimento e morte. Quando inalamos com o som
‘So’, o princípio vital entra em nosso corpo e, quando exalamos ‘Ham’, ele sai.
A cada momento, esse processo de inalação e exalação nos lembra nossa Divindade
inerente: ‘So-Ham’ (Eu sou Deus). Enquanto houver o princípio vital, o corpo é considerado
auspicioso; quando o princípio vital for interrompido, o corpo torna-se um
cadáver. O nascimento e a morte estão – ambos - relacionados ao corpo, e não ao
princípio vital. O homem experimenta o nascimento e a morte por causa do seu
apego ao corpo. Ele será libertado do ciclo de nascimento e morte somente
quando abandonar o apego ao corpo e se entregar completamente à Vontade de
Deus.
- A contemplação da morte é o próprio fundamento da
disciplina espiritual. Sem isso, você está fadado a cair na falsidade,
perseguindo objetos de prazer dos sentidos e tentando acumular riquezas
mundanas. A morte não é uma calamidade ameaçadora. É um passo para o brilho
auspicioso além. É inevitável, não pode ser subornada ou suspensa por
certificados de boa conduta ou depoimentos dos grandes. Uma vez que se nasce, a
morte é inevitável. Você deve executar ações que não produzam más
consequências. Envolva-se, todos os dias, em todas as atividades como uma
oferenda a Deus. Então você não precisa nascer indefinidamente e pode escapar
da morte. Essa investigação é a essência do caminho espiritual e irá ajudá-lo a
alcançar a imortalidade.
- O corpo está sujeito à destruição, cedo ou tarde. Todo
mundo está consciente disso. No entanto, todos ficam apreensivos com a morte;
ninguém anseia enfrentar o último momento. Tudo o que nasce tem que morrer um
dia - a morte é inevitável e incontornável! Para desvendar o código para essa
experiência paradoxal, pergunte assim: O que é que se encontra com a morte? O
que se vai e o que permanece? A resposta: é o corpo que expira e perece. O que
não perece é o Atma. Você se ilude em pensar que é o Atma ou "você"
que morre; isto é incorreto. O Atma (Eu Superior) não tem nada a ver com morte
ou nascimento. Ele é eterno, verdadeiro e puro. Perceba e lembre-se que você é
o Atma eterno, verdadeiro e puro - você não é o corpo.
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